Principais Ectoparasitos das Espécies Convencionais de Animais de Laboratório

Articulos Cientificos

Autora: Sandra Regina Alexandre
Coordenadora do Biotério de Criação e Experimentação do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas/USP
Membro da Comissão de Biotérios do Instituto de Ciências Biomédicas/USP
Membro da Comissão de Ética e Experimentação Animal do Instituto de Ciências Biomédicas/USP

INTRODUÇÃO

A incidência de ectoparasitos em colônias convencionais de animais de laboratório foi um grave problema enfrentado pelos pesquisadores no século XX. O primeiro grande trabalho com uma numerosa lista de pulgas, piolhos, ácaros e carrapatos que infestam espécies silvestres e de laboratório foi elaborado em 1973 por Robert Flynn e revisado em 2007 por David J. Baker. Nestes mais de 30 anos que separam as duas publicações houve um grande avanço na ciência de animais de laboratório, com a implantação de técnicas diagnósticas, tratamentos, derivações cesarianas e rigorosas medidas sanitárias, resultando no declínio da prevalência de organismos causadores de doenças parasitárias nos biotérios. Entretanto, alguns parasitos continuam sendo encontrados devido a, infestações não completamente eliminadas, pela aquisição de animais provenientes de centros que apresentam parasitismo enzoótico ou pela invasão de roedores silvestres nas instalações de criação e manutenção animal. Além destes fatores devemos ter em mente que o aumento de animais transgênicos, alguns dos quais são imunologicamente comprometidos, oferece a oportunidade de infestações e infecções que seriam incomuns em animais imunologicamente competentes.

PIOLHOS

São insetos ápteros, de corpo achatado dorsoventralmente, com todos os instares ocorrendo no hospedeiro. Inicialmente foram taxonomicamente divididos em duas ordens, Anoplura e Mallophaga até que, a classificação filogenética elaborada em 1985, com base na análise cladística dos caracteres revelou que os dois grupos estariam incluídos em uma única ordem, Phthiraptera, composta por quatro subordens: Anoplura, Rhynchophthirina, Ischnocera e Amblycera. Todavia, existem estudos anteriores, que discordam desta classificação. Assim independente das questões sistemáticas, os termos Anoplura e Mallophaga serão aqui considerados, exclusivamente para efeito didático. Os dois grupos são diferenciados por caracteres morfológicos, hábitos alimentares e interações com o hospedeiro.

Anoplura

Considerada a ordem mais avançada dos piolhos, exclusivamente hematófaga, apresenta alta especificidade parasitária sendo encontrada somente em mamíferos euterianos (67% da fauna de roedores). As espécies são restritas a determinados sítios do hospedeiro em razão do microambiente ou de sua capacidade em realizar o “grooming”, em determinadas regiões do corpo. Os piolhos sugadores apresentam-se mais patogênicos que os mastigadores devido a seu hábito de sucção do sangue.

Poliplax serrata

ectoparasitoTambém conhecido como piolho de camundongo. Apresenta corpo delgado. As fêmeas medem aproximadamente 1,5mm enquanto os machos, mais largos e curtos 1 mm de comprimento. A cabeça alongada e, menor que o tórax, apresenta um par de antenas proeminentes com cinco segmentos e mancha ocular. A placa torácica, ventral, apresenta formato quase triangular. O abdome é constituído por sete pares de placas laterais e sete a treze placas dorsais. As cerdas, localizadas na quarta placa lateral, são desiguais e maiores na região dorsal. As patas não apresentam o mesmo tamanho sendo as posteriores maiores com uma grande garra tarsal e esporão tibial. O ciclo biológico completa-se em aproximadamente treze dias. Os ovos normalmente fixados na região do colo e abdome eclodem entre cinco a seis dias. Nos primeiros estágios do desenvolvimento as ninfas localizam-se predominantemente na região anterior do corpo já os jovens sofrem mudas até chegarem ao estágio adulto distribuindo-se por toda a superfície corpórea. O parasita suga o sangue do hospedeiro podendo ocasionar debilidade e anemia. O intenso prurido provocado pelo piolho pode resultar em escamação da pele e dermatite. P. serrata atua como agente vetor do Eperythrozoon cocoides e Francisella tularensis.

Poliplax spinulos

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Piolho sugador, comumente encontrado infestando espécies dos gêneros Rattus e Caviae. A cabeça e o tórax possuem características morfológicas semelhantes às descritas em P. serrata. A diferenciação entre as espécies é feita através do formato da placa torácica ventral, pentagonal, e pelas cerdas da quarta placa lateral que possuem quase o mesmo tamanho. O ciclo biológico ocorre em aproximadamente vinte e seis dias. Os ovos eclodem entre cinco a seis dias emergindo as ninfas que passam por três mudas até atingirem a fase adulta. As formas adultas podem ser encontradas na região superior das patas anteriores, pescoço e dorso. Sinais clínicos como irritação da pele, debilidade e anemia podem ser observados. Durante a infestação observa-se a perda de viço do pelo, além de irritação e agitação nos animais. O “background” genético e o “grooming” controlam a distribuição e o número de ectoparasitos. P. spinulosa atua como agente vetor da Rickettsia typhi, Haemobartonella muris e possivelmente como vetor de Brucella brucei, Borrelia duttoni e Trypanosoma lewisi.

Mallophaga

São insetos ápteros mordedores ou mastigadores com 10 famílias conhecidas e mais de 3.000 espécies, das quais 512 infestam mamíferos (5,7% parasitando roedores). Morfologicamente são achatados dorsoventralmente. A cabeça obtusa possui antenas expostas e filiformes ou escondidas em fossetas laterais, contendo de três a cinco segmentos. Os palpos maxilares podem estar ausentes ou presentes. O tórax exibe um protórax livre e desenvolvido. As patas curtas e robustas são adaptadas para promover uma rápida movimentação sobre a pele. O abdome apresenta sete ou nove segmentos, sendo tal número decorrente ou não da fusão dos dois primeiros. O número de pares de espiráculos abdominais é muito variável. Os olhos quando presentes são rudimentares e situados atrás da inserção antenal. Os piolhos mastigadores alimentam-se de crostas, descamações de pele e secreções de glândulas sebáceas; podendo também ingerir sangue de feridas. A maioria das espécies não suporta temperaturas mais elevadas que aquelas apresentadas por seus hospedeiros, sendo mais tolerantes às baixas temperaturas, por esta razão, parecem ser mais abundantes no inverno do que no verão.

Gyropus ovalis

ectoparasitoComumente encontrado infestando colônias de cobaias e espécies silvestres de Cavia da América do Sul. Sua prevalência em biotérios não esta bem estabelecida, mas deve ser baixa devido às melhorias ocorridas no manejo e nas instalações de criação e manutenção animal nas últimas décadas. De formato oval, Gyropus ovalis mede entre 1,0 a 1,2mm de comprimento. Sua cabeça triangular, mais larga que o torax, possui uma pequena antena dilatada na extermidade distal com palpos maxilares formados por quatro segmentos. O abdome arredondado, possui seis pares de espiráculos e finos pelos dorsais. O tarso mediano e o posterior apresentam uma garra. Seu ciclo biológico não está completamente definido, mas ocorre entre vinte e vinte e cinco dias incluindo ovo, três estágios de ninfa e adulto.

Gliricola porcelli

ectoparasitosDe formato mais delgado que G. ovalis mede entre 1,0 a 1,5mm. A cabeça mais comprida que o tórax possui antenas dilatadas nas extremidades distais e palpos maxilares com dois segmentos. As patas curtas são desprovidas de garras, distintas, nos tarsos. O abdome é alongado possuindo cinco pares de espiráculos, dispostos paralelamente ao corpo. A infestação é normalmente assintomática, entretanto dependendo de seu grau observa-se prurido, alopecia parcial e formação de crostas, especialmente ao redor das orelhas.

ÁCAROS

A classe Arachnida compreende os artrópodes que não possuem antenas e mandíbulas. Os ácaros afetando a saúde do hospedeiro de quatro maneiras: 1) causando dermatites ou outros danos nos tecidos epiteliais; 2) causando perda de sangue ou de outros líquidos do organismo; 3) atuando como vetores ou como hospedeiros intermediários de inúmeros agentes patogênicos e 4) causando fortes reações alérgicas.

Astigmata

Acarinos pequenos, de tegumento muito fino e desprovido de escudo. Os palpos apresentam dois segmentos com quelíceras geralmente em formato de pinça. Os estigmas são ausentes, daí o nome “astigmata”. Este grupo apresenta mais de 30 famílias embora apenas duas apresentem importância em biotérios a Listrophoridae e a Sarcoptidae.

Myocoptes musculinus

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Ácaro cosmopolita, causador da “sarna miocóptica” em camundongos. Morfologicamente apresenta cutícula estriada e patas grossas. Os dois primeiros pares de patas apresentam seis segmentos e ventosa terminal. A fêmea, alongada, possui projeções em forma de espinhos entre as estriações do corpo. O terceiro e quarto par de patas são altamente modificados em um órgão de fixação. A abertura genital apresenta formato triangular. O ânus localizado na região póstero-ventral possui um longo par de cerdas terminais. No macho, o primeiro e segundo par de patas possui pretarsos curtos, o terceiro par é modificado para fixação ao pelo e o quarto muito aumentado termina em uma projeção em forma de garra. A extremidade posterior é bilobada com duas pequenas ventosas adanais. Seu ciclo biológico de quatorze dias compreende ovo, larva, duas fases de ninfa e adulto. Em infestações maciças o ácaro se distribui por todo o corpo, embora tenha preferência pela região da nuca e parte superior da cabeça. Sinais clínicos como alopecia, alergia, eritema e dermatite traumática, podem ser observados. A transmissão é feita de animal para animal por contato direto.

Notoedres muris

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Parasito cosmopolita específico do gênero Rattus é responsável pela sarna do pavilhão auricular. Morfologicamente similar ao Sarcoptes, apresenta corpo globoso, porém de menor tamanho. Nas fêmeas o ânus esta localizado na região dorsal e as cerdas perianais são relativamente pequenas. Os espinhos dorsais e os cones apresentam-se em número reduzido. Os ovos eclodem em quatro a cinco dias e o ciclo biológico completo é realizado entre dezenove e vinte e um dias. A infestação, normalmente benigna, é caracterizada pelo aparecimento de lesões hiperqueratósicas localizadas nas regiões pouco pilosas da derme (orelha, focinho, cauda, região externa da genitália e patas). Na região da orelha, face e pescoço a infestação resulta em descamação epitelial ou na formação de crostas amareladas. As lesões do focinho assemelham-se a verrugas ou chifres, enquanto as lesões da cauda apresentam-se eritematosas, vesiculares ou papulares. Não ocorre encapsulação do ácaro ou formação de tecido fibroso no local. Na região da inflamação ocorre um aumento de leucócitos polimorfonucleares e linfócitos. A transmissão é realizada por contato direto, não afetando o homem.

Sarcoptes scabiei var. cuniculli

ectoparasitosA sarna sacóptica ou escabiose é comum em colônias de coelhos onde não existem barreiras sanitárias adequadas. Morfologicamente apresentam corpo ovalado, quatro pares de patas e ânus terminal. Os dois primeiros pares de patas, maiores, possuem ventosas na porção terminal enquanto os dois últimos não se estendem além do corpo. A fêmea possui finas estrias paralelas ao corpo e os dois pares de patas posteriores terminam em longas cerdas. O macho é semelhante à fêmea, porém um pouco menor, possuindo cerdas apenas no terceiro par de patas. Seu ciclo biológico de aproximadamente 21 dias e consiste em: ovo, larva hexápoda, protoninfa, tritoninfa e adulto. A infestação se inicia nas áreas do corpo onde o pelo é mais escasso (orelhas, focinho e olhos), porém, à medida que a infestação progride, a pele torna-se espessa e edematosa. O intenso prurido provocado pelo ácaro, que se alimenta de linfa e fluidos intercelulares, provoca sérias escoriações que com frequência levam à infecções bacterianas secundárias. Além destes sinais clínicos, debilidade, anemia, leucopenia, alterações dos níveis bioquímicos do soro são observados. O emagrecimento progressivo do hospedeiro e a caquexia culminam com sua morte por intoxicação urêmica. Todas as subespécies de S. scabiei de pequenos vertebrados são transmissíveis ao homem por contato direto.

Psoroptes cuniculli

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Conhecida como sarna psoroptica ou auricular de coelhos é menos grave que a notoédrica. Seu corpo, de contorno ovalado mais largo e longo que Sarcoptes possui um gnatossoma proeminente e pontiagudo, quatro pares de patas longas e largas e, abertura genital em forma de U invertido. Os machos diferem das fêmeas por apresentares dois escudos dorsais e extremidade posterior bilobada com longas cerdas. A infestação caracteriza-se pela formação de cerume e crostas que podem preencher todo o pavilhão auditivo. As lesões, que provocam intenso prurido, podem se espalhar pela face, pescoço e patas. O sangue proveniente das lesões serve de nutriente ao parasito. Otite média piogênica pode ocorrer e caracteriza-se pela perda de equilíbrio. Em raros casos pode-se observar meningite fatal. Infecções bacterianas secundárias, quando presentes, devem ser tratadas com antibióticos de uso tópico se, a infecção for pequena e o tímpano não estiver rompido. Nos casos mais severos o uso de antibióticos via oral é recomendado. Os ácaros do gênero Psoroptes não são considerados de especificidade parasitária, sendo facilmente transferidos de um hospedeiro à outro por contato direto.

Chirodiscoides caviae

ectoparasitosÁcaro comumente encontrado infestando colônias convencionais de cobaias. Possuem corpo alongado, três placas medianas e gnatosoma de formato triangular. O primeiro e segundo par de patas é modificado para auxiliar na fixação ao pelo já o terceiro e quarto par são menos modificados e mais longos. O corpo do macho prolonga-se em um par de lóbulos com um par de pequenas ventosas adanais. O parasito apresenta tropismo pela região postero-dorsal, do hospedeiro, porém, pode ser encontrado por todo o corpo. Infestações por C. caviae são normalmente assintomáticas, entretanto de acordo com o grau de infestação pode ocorrer prurido, alopecia e dermatite ulcerativa. O ciclo biológico não esta bem definido, mas inclui as seguintes fases: ovo, larva, dois estágios de ninfa e adulto.

PROSTGMATAS

Ordem complexa e heterogênea com 135 famílias e milhares de espécies. O corpo destes ácaros varia de 0,10 a 10 mm de comprimento sendo fracamente esclerotizado. Os estigmas quando presentes estão situados anteriormente ou próximo ao capítulo, daí o nome Prostigmata. As queliceras apresentam-se em forma de lâmina ou de estilete. Dentre as famílias desta ordem apenas a Demodecidae, Myobiiade, Psoregartidae e Cheyletiellidae, são de interesse em biotérios.

Demodex caviae

ectoparasitosÁcaro causador da sarna folicular em cobaias, habitantes dos folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas. Pequenos de aspecto vimiforme e corpo muito alongado, medindo entre 0,1 a 0,4 mm de comprimento, opistossoma anulado, quatro pares de patas com cinco segmentos localizadas na parte anterior do corpo. O abdome apresenta-se sulcado e flexível. A abertura genital feminina situa-se entre o quarto par de patas, ou depois delas enquanto a genital masculina apresenta duplo espículo. Seu ciclo biológico ocorre totalmente no hospedeiro entre dezoito e vinte e quatro dias e compreende: ovo, ninfa e adulto. Existem poucos relatos desta espécie na literatura por este motivo sua prevalência é desconhecida.

Myobia musculi

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Ácaro hematófago responsável pela mais especifica sarna de camundongos convencionais. Apresenta corpo pequeno, alongado com estrias transversais e ânus dorsal. O primeiro par de patas é curto e altamente adaptado à fixação ao pelo, os outros três são menos modificados e servem para locomoção; garras verdadeiras são ausentes. Nas fêmeas, 400-500u de comprimento, a abertura genital esta localizada na parte posterior da região dorsal enquanto nos machos (285-320u) o pênis é interno. A diferença entre os sexos esta baseada no tamanho, cerdas e genitália. O ciclo biológico tem duração aproximada de vinte e três dias e o ectoparasito localiza-se preferencialmente na região da cabeça, pescoço e nuca. Sinais clínicos como escoriações, pelo eriçado, alopecia, descamação epidérmica e ulcerações de pequena ou grande extensão são observados e podem variar de acordo com o grau da infestação. M. musculi não é comprovadamente vetor de bactérias ou vírus patogênicos embora apresente hábitos alimentares que propiciem a transmissão destes patógenos.

Radfordia affinis

ectoparasitosÁcaro da família Myobiidae apresenta morfologia similar a M. musculi, encontrado na pelagem de camundongos e ratos mantidos em colônias convencionais. É facilmente diferenciado de M. musculi por apresentar no tarso do segundo par de patas um par de ganchos simples e desiguais. Seu ciclo biológico, efeitos patológicos e importância na saúde pública são desconhecidos, mas devem ser similares aos de M. musculi. Sinais clínicos como erupções e descamação ao redor da cabeça, focinho e pescoço são observados em animais infestados.

Radfordia ensifera

ectoparasitosHabita a pelagem de ratos mantidos em colônias convencionais. Sua morfologia e biologia são semelhantes às de R. affinis. As diferentes espécies de Radfordia podem ser diferenciadas comparando-se o número e tamanho dos ganchos presentes no segundo par de patas. R. affinis apresenta dois ganchos tarsais pareados e de mesmo tamanho. Sinais clínicos como lesões de pele na região da cabeça, focinho e pescoço são observados em infestações maciças. Pouco se sabe sobre sua patobiologia e sintomas clínicos. Entretanto, um único relato descreve a infestação de uma colônia de ratos onde se observou sinais clínicos como: prurido, alopecia e auto escoriações.

Psorergates simplex

ectoparasitosHabitante dos folículos pilosos e glândulas sebáceas de camundongos. Seu corpo apresenta formato quase circular, com diâmetro entre 90 a 150u. As larvas apresentam três pares de patas enquanto as ninfas e os adultos apresentam quatro pares radialmente distribuídos. O tarso termina em um par de ganchos simples. O ânus ventral apresenta um tubérculo em cada lado. As fêmeas apresentam um longo par de cerdas em forma de chicote em cada tubérculo; os machos apresentam uma cerda simples de cada lado e um pênis dorsal. O ciclo biológico é desconhecido, mas todos os estágios ocorrem na derme ou nas lesões provocadas pelo ácaro. Alterações patológicas são observadas na região folicular da derme. O acumulo de ácaros e detritos nas invaginações foliculares, originam o aparecimento de pequenos nódulos brancos não sendo observados em animais com idade inferior a oito semanas.

Cheyletiella parasitivorax

ectoparasitosÁcaro parasito de coelhos, cães e gatos. Ocorre por todo o mundo sendo encontrado com frequência em coelhos domésticos. A infestação em biotérios já foi comum, mas atualmente é rara. O corpo de contorno ovalado apresenta um único escudo dorsal e um grande gnatossoma. Seu tamanho varia entre 0,35 a 0,60mm de comprimento. As patas possuem seis segmentos que terminam em um empódio. As garras tarsais são ausentes. Sua biologia é pouco conhecida, mas aparentemente o ciclo biológico é completado em um único hospedeiro. A infestação quase sempre é subclínica embora em alguns casos pode-se observar alopecia parcial. C. parasitivorax pode temporariamente infestar humanos, resultando em severa dermatite.

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Comentarios

  • Rogério Pinheiro: 22 Sep 2014

    Estou querendo saber como tratar infestação de piolho mastigador em cobaia.


Seguiremos ofreciendo un espacio para todos aquellos que quieran participar y colaborar en esta cruzada educativa, porque tenemos muy claro que estaremos constantemente: “Aprendiendo de los Animales de Laboratorio”.

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